Sobre Gentileza José Datrino nasceu em 1913 em Cafelândia, noroeste do estado de São Paulo. Nascido no campo, numa família de imigrantes italianos, começou a trabalhar na roça ainda criança. Com 19 anos, após uma desavença com seu pai, foge de casa e parte a pé para o Rio de Janeiro, então Capital Federal. Lá, forma família e se estabelece como transportador, depois de trabalhar anos como «burro sem rabo» ( carregador de cargas em carrinho manual). Compra casa e terrenos em Guadalupe, onde passa a residir com sua esposa Ely e com seu cinco filhos, «três femininas e dois masculinos», como gostava de dizer.

Em dezembro de 1961, dois dias antes do Natal e uma semana após o incêndio do Gran Circo Norte-americano em Niterói, José tem uma forte crise, na qual diz ter ouvido vozes astrais que o convocaram para uma missão: abandonar sua vida material e nascer para o mundo espiritual, pregando o amor e a gentileza pelo mundo. No dia seguinte, ele deixa sua casa, família e empresa de transportes, toma um caminhão e parte a Niterói para começar sua missão. Instala-se com seu caminhão nas ruínas do circo queimado, onde vive por quatro anos, transformando o espaço em um jardim, que ele chama Jardim do Paraíso dos Passarinhos.

Expulso do local pelo Exército Brasileiro, proprietário do terreno, Datrino passa a fazer viagens pelo Brasil, adotando o nome que lhe foi dado, Profeta Gentileza. Após sua morte, torna-se nacionalmente conhecido, com o tombamento de sua maior obra, as 56 pinturas murais nas pilastras da Perimetral, no Centro do Rio, que passam a ser Patrimônio Cultural do Município do Rio de Janeiro. Faz-se ainda mais célebre com a canção que lhe dedicou Marisa Monte, Gentileza, e com o enredo de Joãosinho Trinta para escola de samba Grande Rio no Carnaval de 2001: Gentileza, o Profeta do Fogo.